Ir. M. Isabel retorna ao Brasil, após mais de dez anos acolhendo peregrinos em Schoenstatt. Ela nos conta o que traz consigo para a nova tarefa em nosso pais.
Ir. M. Isabel Machado partilha suas vivências
Karen Bueno – Quem é brasileiro e foi a Schoenstatt, provavelmente contou com a ajuda dela. Tanto brasileiros, como os portugueses, as pessoas de Cabo Verde, Guiné Bissau e tantos outros países de idioma português receberam a acolhida e o auxílio da Ir. M. Isabel Machado. Ao longo de 13 anos e oito meses, ela fez parte da equipe de Irmãs de Maria da Central Internacional de Peregrinos, em Schoenstatt.
Ao concluir esse período, que “passou muito depressa”, ela retorna ao Brasil e será assessora junto ao Santuário Tabor da Esperança, em Brasília/DF. Ir. M. Isabel tinha como tarefa receber os visitantes do idioma português, em Schoenstatt, ajudando tanto a chegarem e se hospedarem, como guiando os grupos para explicar cada detalhe. Era característica sua fazer de tudo para que a viagem fosse única e inesquecível. Juntos, percorriam desde o Santuário Original, aos locais marcantes da história.
Arrumando as malas para retornar ao Brasil, ela resume suas experiências e vivências ao longo desses anos:
Como é o fluxo de peregrinos de idioma português em Schoenstatt? São muitos?
Sim, são muitos. Quase cada dia podemos encontrar pessoas que falam português e estão de visita aqui em Schoenstatt.
Mas aconteceu uma mudança muito visível na origem dessas pessoas que falam o português e chegam aqui. Antigamente havia peregrinações vindas principalmente do Brasil e que ficavam alguns dias para conhecer um pouco mais deste lugar e aprofundar-se na espiritualidade de Schoenstatt. Ainda chegam tais grupos organizados – e para vários dias. E também grupos que viajam com suas Paróquias, conhecendo este e outros Santuários e que ficam por algumas horas.
Mas, a mudança mais forte é com o número de pessoas que falam português – na maioria brasileiros – e que vivem aqui na Alemanha ou em países vizinhos e que acabam “descobrindo” o Santuário. Chegam aqui com diferentes motivações: alguns porque alguém da sua família no Brasil (mãe, avó, tia) recebe em sua casa a visita da Mãe Peregrina e pedem que venham visitar Nossa Senhora em nome deles. Outros porque receberam em suas casas alguma visita do Brasil que deseja conhecer o Santuário Original; outros até porque eles mesmos conhecem a Mãe Peregrina que visitava seus próprios lares. Outros porque foram convidados por alguém que já esteve aqui…. Vêm e descobrem a Mãe de Deus! E ficam unidos a este lugar de graças!Com cada peregrino que chega neste lugar, “chega” junto uma história pessoal. Algumas histórias ficamos conhecendo já na chegada…. Outras com o passar das visitas…. Mas, para cada um, é um momento especial e pessoal: o encontro de um filho com a sua Mãe! Que já os esperava!
Ir. M. Jéssica Dombrovski, de Santa Maria/RS, será responsável pelas peregrinações em idioma português
O que foi mais marcante para a senhora, ao longo desses últimos anos vivendo próximo ao Santuário Original?
Eu poderia enumerar aqui vários acontecimentos marcantes, ligados principalmente às celebrações das quais pude fazer parte: 100 anos da vida Sacerdotal do Pe. Kentenich (2010); 100 anos do Documento de Pré-Fundação (2012); o Centenário em 2014 (inesquecível!); 100 anos da chegada da primeira Imagem da MTA para o Santuário Original (2015); 50 anos do falecimento do Pe. Kentenich (2018); 100 anos de Hoerde (2019)…. Também o tempo da pandemia, que motivou a que o Santuário Original “entrasse” mais nas famílias com as Missas e os terços em português. Mas creio que o que mais me marcou é a maneira como a Mãe de Deus atraiu a este lugar tantas e tantas pessoas que no Brasil não viviam a sua fé. Pessoas distantes da Igreja e que não sabiam e nem queriam rezar. E aqui encontraram a Deus, descobriram a fé concreta, receberam os Sacramentos, e hoje participam ativamente na vida das Comunidades…. Tudo isso por meio de Nossa Senhora, no Santuário Original e pela espiritualidade de Schoenstatt. E isso na Alemanha, onde diminui sempre mais o número dos católicos alemães.
Sentimos que neste lugar realmente se realizam as palavras do Pe. Kentenich: que Nossa Senhora iria atrair a si os corações juvenis! E ela está realizando isso!Como a senhora vivencia esse momento de despedida da Alemanha e retorno ao Brasil?
São dois sentimentos muito fortes e que se complementam: Primeiro a gratidão por cada dia vivido neste lugar sagrado. Poder voltar e dizer: “SIM, eu conheço esta terra maravilhosa”; pisei esta terra maravilhosa; pude ser instrumento da Mãe nesta Terra Santa onde o céu toca a terra. E essa gratidão está muito unida à vontade de ajudar a que no meu país muitas pessoas descubram em Schoenstatt uma resposta para suas vidas. É um impulso que brota da gratidão!
O que a senhora leva dessa experiência de missão?
A convicção de que Nossa Senhora nos usa assim como somos e nos ama e quer assim como somos! E que por ser tão grande e por nos amar tanto, pode nos usar como seus instrumentos.